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Foto do escritorFilipe Santos

Sinfonicamente Falando



Mas que aventura brutal esta.

Iniciar 2019 em concertos com a brilhante Banda Sinfónica da Polícia de Segurança Pública, não estava nos meus planos. Residía sim, algures no meu imaginário, um desejo imenso de experimentar um dia cantar as minhas canções acompanhado por uma Banda Sinfónica. Como iriam suar e que sentimentos me dariam ao cantá-las dessa forma. De facto, ao longo dos textos cantados, a viagem é outra e completamente diferente daquela que me habituei a cantar acompanhado por uma guitarra ou por uma banda com bateria, baixo, guitarras, teclas. Foram momentos únicos e sentimentos de me deixar com "pele de galinha".


Não posso deixar de referir que esta ponte surgiu de um convite inesperado que o Sr. Levy Correia me lançou, de passagem e apenas ao olhar para mim, para participar num concerto de solidariedade para com os Bombeiros Voluntários do Entroncamento, comemorativo do 70.º aniversário desta corporação. A vida tem destas coisas.


Na 1.ª semana de janeiro, fui até à Unidade Especial de Polícia em Belas, eram umas 11h., local onde se reúnem os elementos da Banda Sinfónica para ensaiar.

Após indicações dos agentes à entrada, sozinho, saí do carro e dirigi-me para o edifício, cruzei-me com alguns elementos no exterior e questionei onde poderia encontrar o Maestro, logo o mesmo me acompanhou ao escritório do Sr. Subintendente Ferreira Brito, Maestro da Banda Sinfónica. Trocamos algumas palavras sobre música, família e sobre as músicas que iríamos ensaiar.


Passado algum tempo bateram à porta e o Sr. Subintendente pediu para o pessoal se preparar para o início do ensaio. Já na sala foi-me apresentado o Chefe Abel Chaves, responsável pelas orquestrações dos meus temas.


O ensaio iniciou-se e durou cerca de 15 minutos. Trabalhar com profissionais tem esta coisa de "à primeira" sair logo tudo entrosado, agarrado e a soar a banda. É certo que todos os elementos ali são músicos de excelência e para além disso, a maioria destes 90 homens e mulheres, já tocam em conjunto há muito tempo. Corremos os temas "Por Tudo o Que És" e "Não Me Deixes Por Aí", o resultado foi brutal. O poder dos instrumentos de metal, da percussão, a leveza dos instrumentos de madeira, etc. A dinâmica foi o que mais me marcou, o Forte, os Pianos... Ouvir aqueles pormenores que gravei com a minha guitarra em disco a serem interpretados desta forma foi delicioso. Mas que viagem, que honra. As orquestrações do Chefe Abel Chaves foram de acordo com as estruturas gravas em disco, essa foi a minha maior dificuldade, a de relembrar todas as voltas, isto porque quando executo um tema ao vivo as estruturas mudam sempre e vão-se alterando, ganhando como que uma vida própria.

Enviei 4 músicas para o Sr. Subintendente Ferreira Brito e dessas foram orquestradas as que descrevi em cima. Deixo aqui o registo em vídeo da atuação no Teatro Virgínia em Torres Novas, assim como o link para a visualização de todo o concerto inserido nas comemorações do 52.º aniversário da EPP - Escola prática de Polícia de Torres Novas, cedido gentilmente pelo técnico do Teatro, Mauro Moura.


Não sei o que o futuro trará nesta porta inesperada que se abriu, fiquei a imaginar como iriam suar temas como o "Lisboa Pessoa, Lisboa Cidade", "Fado da Vida" ou mesmo a "P.D.I.", músicas onde tenho a plena consciência que a minha formação inicial em trompete está muito presente, através dos Riffs, contracantos e melodias com notas "picadas" que ao nascerem em trompetadas, transportei para a guitarra do "Lisboa", ou o trabalho exemplar de violinos que o grande Ernesto Leite escreveu para o "Fado da Vida", o desenrolar do tema "P.D.I.", uma obra com 3 andamentos, onde também se ouve o clarinete do Nuno Gonçalves ou até mesmo o tema "Agora Já Nem Sei" onde está registado de improviso um solo do outro mundo do trompetista Miguel Gonçalves.

Já sem falar das músicas que irão estar presentes no novo disco...

Sonhar é bom, concretizar os sonhos é algo que fica para a posteridade.


Um simples obrigado é muito pouco para agradecer a toda a fantástica família da Banda Sinfónica da Polícia de Segurança Pública, pela forma como me receberam, conversaram, por todos os momentos que junto de vós vivi.

Vocês são espeeeeeeetaculares.


Até já!

 




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