O Fado não é um show com luzes e fumo, coreografias e marcações em palco... O Fado é um manual de histórias do povo português, um manual que conta as raízes e as entranhas do que nos está nas veias e no ADN de todos nós sem exceção.
O Fado é o Fado, puro, simples, sem efeitos ou truques, sem aquela rede que os trapezistas usam nos ensaios, que em caso de queda os protege... ainda por cima o Fado é Património Cultural Imaterial da Humanidade. Por isso devo-lhe respeito.
A 3ª edição do evento FestFado Ribatejo, pisou o palco do Centro Cultural do Entroncamento nesta sexta-feira, dia 6 de abril e irá regressar uma segunda vez a 19 de maio, numa organização conjunta da fadista Dora Maria, a Câmara Municipal do Entroncamento e a Câmara Municipal de Alpiarça.
Este espetáculo reverteu a favor da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Entroncamento.
Após ter aceite o convite da fadista Dora Maria em colaborar com o FestFado Alto Alentejo no passado mês de março, desta vez fui desafiado a subir ao palco deste que foi o início do III FestFado, na cidade do Entroncamento.
Não é de todo a minha área, mas em forma de brincadeira e acompanhado pelos músicos residentes Luís Ribeiro (guitarra portuguesa), Pedro Pinha (viola) e Fernando Maia (viola baixo), lá dei um "ar... de Rock" ao fado canção "Lisboa Menina e Moça"... (sugerido pela fadista Dora Maria e "ensaiado", (alinhavado), horas antes nos testes de som), e não é que aconteceu um momento daqueles que me deixa feliz e de sorriso estúpido desenhado no rosto? A música tem destas coisas, momentos assim realmente bons, onde pessoas de áreas completamente diferentes se conseguem reunir e caminhar unidas. Assim na música como na vida.
O serão terminou com O FADISTA, Exmo. Sr. António Pinto Basto, que me deixou rendido a seus pés... já são muitos anos na cena...
Obrigado pela calorosa salva de palmas que me ofereceram, irei guardar este momento com o carinho devido e naquele lugar especial do coração.
